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Unaí/COVID-19: Equipes do Hospital Municipal recebem treinamento sobre como intubar paciente grave

Pacientes graves da Covid-19 possuem complicação pulmonar severa. Nessa situação que provoca falta de ar, é necessário intubação e ventilação mecânica. Para intubar o paciente, sem correr riscos de contaminação, as equipes precisam estar treinadas. O treinamento começou nesta terça (12/5) para equipes do Hospital Municipal e continua durante toda esta semana. É ministrado pelo Dr. César Lamberti, coordenador-médico da RCS (Rede de Cuidados de Saúde), empresa que faz a gestão dos serviços médicos da Prefeitura de Unaí.

Dr. César disse que o simulador de intubação, conseguido de empréstimo com as Faculdades Facisa, por meio do diretor-geral da entidade, Wender Oliveira, é fundamental para o treinamento prático. “Alguns determinantes técnicos em relação a intubação do paciente com Covid precisam ser bem treinados, porque essa pandemia é bastante inusitada”, atesta o médico.

Antes de iniciar o primeiro treinamento do dia, ministrado para um grupo de médicas e enfermeiras, houve uma demonstração da técnica de paramentação (vestir os equipamentos de proteção individual) e desparamentação (retirada dos equipamentos) de profissionais preparados para atuar na linha de frente contra a Covid-19.

Ficou por conta da enfermeira do Controle de Infecção Hospitalar do HMU, Núbia Roberta Custódio fazer essa demonstração. Ela colocou e retirou, de maneira “tecnicamente correta” luvas cirúrgicas, máscara de proteção, touca, capote, protetor facial, propé (protetor dos pés).

“O momento de maior risco de contaminação do profissional de saúde é durante a retirada dos equipamentos”, ressaltou Núbia, ela mesma demonstrando como deve ser feita a remoção dos equipamentos e, ainda, como devem ser descartados ou guardados.

INTUBAÇÃO

Para o Dr. César, o profissional da linha de frente deve estar bem paramentado e seguro por equipamentos de proteção individual, especialmente no momento de intubação do paciente (com falta de ar), para utilização do respirador mecânico. “É outro momento de grande risco para o profissional de saúde. Quando o tubo é colocado na traquéia do paciente, há grande dispersão de aerossóis e, provavelmente, de muita dispersão de vírus pelo ambiente”.

Com profissionais bem treinados, segundo o médico, também fica mais fácil controlar a dispersão e reduzir o risco de contaminação local. “Diminuir principalmente o risco de os profissionais se contaminarem e depois levar contaminação para casa”, ressalta.

Durante o treinamento, Dr. César Lamberti contou com o auxílio do fisioterapeuta do HMU Thiago Mundim. O fisioterapeuta é fundamental no monitoramento do ventilador pulmonar (ou respirador mecânico).

“Pacientes graves têm complicação pulmonar severa. Quando estão em ventilação, esses pacientes ‘descompensam’ muito fácil (quando dá banho, muda de posição, faz manuseio). Aí tem de ajustar os parâmetros do respirador constantemente”. E é aí que entra o fisioterapeuta, conforme explicação de Thiago.

CASO ZERO

Em Unaí, não houve casos de pacientes com necessidade de intubação e ventilação pulmonar. Caso ocorra, segundo Dr. César, o HMU estará preparado para atender. “O Ministério da Saúde preconiza que todo paciente com insuficiência respiratória seja tratado como caso de coronavírus. Temos de estar preparados”.

O médico observa que Unaí é um município privilegiado por possuir 13 respiradores e material suficiente para o atendimento aos pacientes com a Covid. Reportagens veiculadas na mídia estadual dão conta de que um número expressivo de cidades do Estado de Minas não possui respiradores, outro tanto dessas cidades possui apenas um equipamento de ventilação pulmonar.

“O Hospital Municipal está preparado. Estamos preparados. Tivemos muita dificuldade para comprar equipamentos no mercado. Agora, temos material suficiente para o atendimento”, arremata Dr. César Lamberti.

Os kits para o atendimento de pacientes com coronavírus que precisarem de intubação, por exemplo, já estão à disposição no HMU: fita para fixação do tubo, laringoscópio para intubação, pinça hemostática curva, fio guia, seringas para aspersão de ventilação, agulhas para aspiração da medicação, remédios de intubação, filtros, sistema de aspiração fechado estéril. Para o Dr. César, “está difícil encontrar muitos desses para comprar. Quem conseguiu, conseguiu. Quem não conseguiu…”

O treinamento com o simulador de intubação continua durante toda esta semana no HMU. Os profissionais do Hospital Municipal estão convidados para acompanhar o procedimento. E ficarem cientes de como são os protocolos.

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