Soja: Área nos EUA surpreende, Chicago sobe quase 30 pts e preços disparam também no Brasil

A estimativa é de 36,02 milhões de hectares (89 milhões de acres). O número é menor do que a média das expectativas do mercado de 36,79 milhões de hectares,

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Soja

Como esperado, a quinta-feira foi bastante volátil para os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago e fecharam com mais de 26 pontos de alta entre os principais vencimentos. Com isso, as cotações voltaram a superar os US$ 10,50 nas posições mais distantes, enquanto o maio/18 fechou o dia valendo US$ 10,44 por bushel.

O mercado futuro norte-americano reagiu, principalmente, aos números de área que foram reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os quais ficaram abaixo de todas as expectativas do mercado e ainda vieram menores do que os da safra anterior. Ainda assim, a área prevista para a oleaginosa, ao se confirmar, será maior do que a de milho pela primeira vez na história.

A estimativa é de 36,02 milhões de hectares (89 milhões de acres). O número é menor do que a média das expectativas do mercado de 36,79 milhões de hectares, e fica abaixo ainda do intervalo das projeções dos traders, que variavam de 36,38 a 37,27 milhões de hectares. Além disso, é menor também do que o número trazido pelo departamento, em fevereiro, de 36,42 milhões de hectares, durante o Agricultural Outlook Forum.

“Essa primeira estimativa fez o mercado em Chicago disparar, ninguém esperava por isso, e isso fez o mercado interno no Brasil também disparar, nos portos, com os melhores momentos com chance até de R$ 83,00 por saca, contra os níveis que vinham sendo trabalhados de R$ 80,00 a R$ 80,50. E mesmo assim, sem vendedores, e com os compradores agressivos, querendo soja”, explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

No porto de Paranaguá, após bater nesses bons momentos, a soja disponível ficou em R$ 81,50 por saca, subindo 1,24%, enquanto a referência para maio se manteve estável nos R$ 80,00. Em Rio Grande, as reações foram mais tímidas. A soja disponível fechou com R$ 77,60, caindo 0,26%, enquanto a referência não se moveu dos R$ 78,30 por saca.

No interior do Brasil, os preços chegaram a subir ate 4,41%, como foi o caso de Alto Garças, em Mato Grosso, onde a saca fechou o dia com R$ 71,00. Em Ubiratã e Londrina, no Paraná, o indicativo também terminou a semana nos R$ 71,00, com ganhos de mais de 1%. Em Castro, também no estado paranaense, o preço foi aos R$ 80,50, com ganho de 1,9%.

Estoques Americanos 

O que limitou parte das altas em Chicago foram os números dos estoques trimestrais norte-americanos, também divulgados pelo USDA nesta quinta-feira, os quais ficaram acima das expectativas do mercado.

“De fato, os estoques vieram um pouco negativos para os preços”, disse o analista de mercado da Price Futures Group, Jack Scoville.

Os estoques trimestrais de soja dos EUA vieram em 57,42 milhões de toneladas. O volume veio em linha com a máxima das expectativas do mercado, de 50,89 a 57,42 milhões de toneladas. A média esperada era de 55,57 milhões. Em 1º de março de 2017, os números eram de 47,33 milhões e, há três meses, de 85,92 milhões de toneladas.

Com esses números conhecidos, os analistas e consultores acreditam que, cada vez mais a partir de agora, o mercado em Chicago deverá se voltar às questões climáticas dos Estados Unidos.

“A AgResource Mercosul (ARC) vê o mercado de soja e milho sendo encharcado por uma abundância de estoques da safra 2017/18, no entanto, tentando o equilíbrio com a queda do potencial de produção na safra norte-americana 2018/19. Além disso, pode haver equilíbrio também com as quebras recentes na Argentina”, diz o boletim diário da consultoria.

Dólar

Ainda nesta quinta-feira, a formação dos preços da soja no Brasil se depararam também com a movimentação cambial no país. Apesar de uma baixa de 0,93%, a moeda americana ainda conseguiu se manter acima dos R$ 3,30. Pelo segundo mês consecutivo, a divisa acumulou um ganho e subiu 1,77%. No ano, porém, o saldo ainda é negativo de 0,43%.

“O dólar começou a se acomodar após um período de alta volatilidade”, comentou um profissional de mesa de câmbio à agência de notícias Reuters ao citar também ingresso de recursos nesta tarde e o exterior mais tranquilo para justificarem o recuo da moeda nesta quinta-feira.

Nesta sexta-feira, 30 de março, as bolsas norte-americanas e os mercados brasileiros não funcionarão em função do feriado.

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