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Polícia Federal responsabiliza Dilma por prejuízo da Petrobras com compra de Pasadena

Polícia Federal responsabiliza Dilma por prejuízo da Petrobras com compra de Pasadena

Pelo menos duas perícias produzidas pela Polícia Federal responsabilizam a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) pelo prejuízo milionário no negócio da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras. A informação foi publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, desta quarta-feira (4). A Petrobrás comprou Pasadena em duas etapas, em 2006 e 2012. Na primeira, pagou US$ 359 milhões por 50% da refinaria à Astra Oil – que, no ano anterior, havia desembolsado US$ 42 milhões por 100% dos ativos da planta.

Na época da compra, Dilma chefiava o Conselho de Administração da Petrobrás e votou favorável ao negócio. De acordo com o jornal, “os laudos periciais são considerados provas nos processos judiciais e poderão ser utilizados para subsidiar a abertura de investigação contra os integrantes do conselho. No entendimento dos peritos, o sobrepreço pago pela Petrobrás à belga Astra Oil foi de US$ 741 milhões”.

O jornal diz que os laudos foram anexados ao inquérito de Pasadena que tramita sob tutela do juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba. A investigação deu origem à denúncia em que a Lava Jato acusa o senador cassado Delcídio Amaral (ex-PT-MS) e outros nove por corrupção e lavagem de US$ 17 milhões provenientes da compra de 50% da refinaria.

Além de Dilma, na época, também participaram da reunião do conselho como conselheiros: Antonio Palocci, Cláudio Haddad, Fábio Colletti Barbosa, Gleuber Vieira e José Sergio Gabrielli. Para os peritos da PF, os conselheiros não agiram com “o zelo necessário à análise da operação colocada”. Diante da constatação, a PF sugere a quebra dos sigilos bancários de todos eles como como caminho para prosseguir a investigação.

Segundo a petista, o aval para a compra se baseou em um “resumo tecnicamente falho”, que omitia cláusulas das quais, se tivesse conhecimento, não aprovaria a aquisição. No laudo, os peritos avaliam que o ex-diretor de Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró pode ter repassado informações imprecisas ao conselho, ao afirmar que gerentes da empresa “promoveram um completo desvirtuamento do conteúdo” das análises econômico-financeiras apresentadas ao colegiado. Entretanto, para os peritos, houve uma “mitigação dos controles internos e ausência de supervisão” por parte dos conselheiros.

No entanto, os peritos afirmam que “o papel dos conselheiros é evitar desvios (por erro ou fraude) dos diretores, em especial naqueles atos que exigem a sua expressa autorização”.

Bens bloqueados

No ano passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou o bloqueio de bens de Dilma por causa de prejuízos causados na compra da refinaria de Pasadena. Também foram bloqueados os bens de Palocci e do ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, que integravam o Conselho de Administração da estatal na época da negociação.

Em agosto do ano passado, o TCU havia condenado Gabrielli e o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró a pagar US$ 79,89 milhões em conjunto, mais R$ 10 milhões cada em multas, além de ficar inabilitados para exercer cargo público por oito anos.

Em 2006, a Petrobras comprou 50% da Refinaria de Pasadena por US$ 360 milhões. Por causa das cláusulas do contrato, a estatal foi obrigada a comprar toda a unidade, o que resultou em um gasto total de US$ 1,18 bilhão. A compra foi aprovada por unanimidade pelo Conselho de Administração da Petrobras.

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