Os professores André Andrade e Micheline Silva, do Campus Unaí da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) desenvolveram pesquisas na Antártica e acabaram de retornar à Unaí de uma expedição que ocorreu no continente antártico. André Andrade pesquisa as variações em geleiras e no permafrost (solo congelado) na Antártica e a Micheline Silva pesquisa a vegetação da Antártica.
No ano passado desenvolveram um Projeto de Extensão com alunos do ensino fundamental do Colégio do Carmo com o intuito de compartilhar os conhecimentos que têm sido gerados sobre a Antártica (esse ano será aplicado o projeto na Escola Estadual Domingos Pinto Brochado). Os professores estão fazendo essas atividades com o intuito de divulgar à população de Unaí a importância da Antártica e também por saber que essas ações têm potencial de influenciar positivamente a população de Unaí (principalmente a nova geração que fica sabendo que moradores de Unaí foram na Antártica e que eles também podem futuramente ser pesquisadores).
A expedição
Os professores André Andrade e Micheline Silva, do Campus Unaí da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), integraram a comitiva de cientistas brasileiros da 36ª Operação Antártica. Os pesquisadores saíram do Brasil no dia 1º de janeiro e retornaram no último dia 5 de fevereiro. Os professores da UFVJM saíram do Brasil com destino a Punta Arenas (Chile), onde embarcaram no Navio Polar Almirante Maximiano rumo à Antártica.
André realizou atividades de mapeamento utilizando um veículo aéreo não tripulado (VANT) e de monitoramento do permafrost (solo congelado). Já Micheline coletou amostras de briófitas para estudos moleculares das plantas antárticas.
De acordo com o professor André, os estudos desenvolvidos na Antártica “vão ampliar a compreensão sobre os processos de descongelamento do permafrost (solo congelado), recuo de geleiras e expansão das superfícies colonizadas por vegetação na Antártica”. O professor também destaca que “esses processos possuem alta relação com as mudanças climáticas constatadas na Antártica”. As atividades dessa pesquisa ocorreram em conjunto com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
(foto: Arquivo Pessoal)
A professora Micheline ressalta que a pesquisa desenvolvida por ela, e que contou com a colaboração da Universidade de Brasília, buscou “entender melhor a flora Antártica, sua origem e suas mudanças face às mudanças globais”. Micheline também destaca a importância da operação para o país. “A pesquisa antártica garante a permanência do Brasil como membro consultivo do Tratado Antártico”, disse.
Operação Antártica
A Operação Antártica é realizada anualmente como programa de governo desde o ano 1982. A missão tem como principal objetivo o desenvolvimento de pesquisas. As atividades são gerenciadas pelo Programa Antártico Brasileiro, que está sob a responsabilidade da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar. Também conta com o apoio do Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ministério da Ciência e Tecnologia, Marinha do Brasil e Ministério da Defesa.
De acordo com os professores André e Micheline, as expedições foram realizadas contando com o financiamento de projetos aprovados pelo CNPq sob coordenação de professores da Universidade de Brasília e Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Também contou com apoio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera, MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), SECIRM (Secretaria da Comissão Interministerial para os recursos do Mar) e Marinha do Brasil.
(foto: Arquivo Pessoal)
Professora Micheline com duas professoras da UFVJM Unaí
e uma aluna da UFVJM Unaí (foto: Arquivo Pessoal)
Prof. Micheline (primeira da esquerda para direita) após conclusão
de TCC de aluna da UFVJM Unaí (foto: Arquivo Pessoal)