Por Ricardo Ribas
O setor de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) recomenda aos moradores que redobrem a atenção para eliminar focos de água parada dentro e fora de casa. O principal motivo é evitar o surgimento de uma nova epidemia de dengue, como a acontecida em fevereiro e março deste ano, quando o município chegou a notificar uma média de 700 casos por semana. A precaução, neste momento, deve ser ainda maior, porque o inseticida usado para combater o mosquito adulto está faltando em todo o Brasil, e até no exterior.
A falta de inseticida significa que os bloqueios sanitários feitos por agentes de combate a endemias, com bombas costais (pulverizadoras), estão “totalmente racionados”. Segundo a coordenação de Epidemiologia da Sesau, “o restinho de inseticida que ainda tem em Unaí é para uso restrito apenas nos imóveis onde há registro de pessoa com exame confirmado e nos imóveis vizinhos”. Antes, porém, o bloqueio com inseticida era feito em todo o quarteirão, mesmo diante de casos suspeitos (ainda não confirmados por exames).
Outra agravante é que as notificações de dengue voltaram a crescer. Depois de uma trégua no mês de abril, quando os registros notificados de dengue baixaram para uma média semanal de 40 a 60 casos (eram uma média de 700 casos em fevereiro e março), o mês de maio já registra o início de um novo salto nos números. Na semana passada, a Sesau notificou 138 casos, com viés de crescimento. As notificações registradas na secretaria envolvem os casos suspeitos de dengue e os confirmados por exames.
Água parada
A Secretaria de Saúde alerta que a única maneira de conter o aumento de casos é impedir que o mosquito nasça. Para isso, no entanto, é necessário evitar água parada dentro e fora de casa.
Pratinho com plantas cheio de água, reservatório de água atrás de geladeiras, “pingueira” de aparelho de ar condicionado, acúmulo de poças de água depois da limpeza de calçadas e quintais, reservatórios de água (tambores, caixas d’água, piscinas abandonadas) destampados são algumas das medidas que devem ser adotadas pela população para prevenir e combater os criadouros da larva do mosquito.
Mortes
O vírus do tipo 2 da dengue é o que mais está circulando este ano. De acordo com os técnicos e especialistas, também é o mais difícil de ser combatido e o mais letal. Minas Gerais já computou 49 mortes por dengue em 2019 (números de 22 de maio). Outras cerca de 100 mortes estão sendo investigadas. Em Unaí, a dengue provocou a morte de duas pessoas.